Atores que Escrevem, Roteiristas que Atuam
- contatocineacademy
- 1 de ago.
- 2 min de leitura
O Fim das Caixinhas no Audiovisual e o Poder da Multiplicidade Criativa
"O artista contemporâneo não cabe em uma função só. Ele se derrama."— Grace Passô

✦ Não é mais sobre escolher um lugar. É sobre construir o seu.
Durante muito tempo, o audiovisual funcionou com caixinhas bem delimitadas:
🎭 ator✍️ roteirista🎬 diretor💼 produtor.
Mas algo vem mudando — e rápido. Cada vez mais artistas estão quebrando essa lógica e atuando em várias frentes com liberdade criativa e posicionamento estratégico.
E não, isso não é sobre “dar conta de tudo”.É sobre assumir a multiplicidade como linguagem, sobrevivência e potência.
🧩 O fim da hierarquia entre ofícios
Por décadas, atores que queriam escrever eram vistos como “pretensiosos”. Roteiristas que apareciam na frente das câmeras, como “sem noção”.Diretores que roteirizavam e atuavam? “Controladores demais.”
“A separação rígida de funções é um vício da indústria. Mas na criação autoral, os limites são muito mais fluidos.”
Hoje, as melhores obras surgem justamente dessa contaminação entre ofícios.
✒️ Atores que escrevem: do corpo para a palavra
Quando um ator escreve, ele escreve de dentro do corpo, da memória, do gesto. A cena nasce com ritmo, respiração, intenção.
Exemplos inspiradores:
Grace Passô (Vaga Carne)
Denise Fraga, que escreve suas próprias dramaturgias
"Escrever é expandir a atuação para além do tempo de cena."— Raíza Leão
🎭 Roteiristas que atuam: dramaturgia encarnada
Roteiristas que se arriscam na atuação descobrem algo precioso:a palavra falada não é igual à palavra escrita.O corpo impõe verdade, respiração, urgência.
Quando roteiristas sobem ao palco ou encaram a câmera, ganham:
✅ domínio de ritmo✅ clareza de subtexto✅ precisão de escuta
“A escrita muda quando você escuta sua cena sendo dita. Você escreve melhor quando sente a palavra bater no corpo.”
💡 Multitalento não é bagunça: é consciência
A multiplicidade artística ainda sofre preconceito. Mas na prática, os artistas mais relevantes hoje são aqueles que criaram sua própria função.
Phoebe Waller-Bridge (Fleabag): atriz, roteirista, produtora
Michaela Coel (I May Destroy You): atriz, roteirista, diretora
Jordan Peele: comediante, roteirista e hoje referência no terror autoral
Aqui no Brasil?
Atores e atrizes que escrevem e dirigem suas cenas para Instagram
Dramaturgos que editam, filmam e distribuem seus próprios curtas
Criadores que roteirizam, performam e produzem sozinhos seus pilotos
✨ A nova função é ser inteiro
O fim das caixinhas não é sobre virar tudo — é sobre escolher o que faz sentido pra você agora.
Você pode ser atriz e roteirista.Roteirista e performer.Ator, editor, diretora de arte.
Desde que haja coerência, desejo e presença, não há limite para quem cria.
“O artista é a sua própria linguagem.”
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